O Delegado Maduro
Credo, que delicia!Eu mamava-o igual quem rezava o credoEle era tóxico, ele era beloAquele delegado deixou meu coração algemado e me intoxicou com seu leite paterno.Eu vagava pelas ruas escuras da minha mente, uma alma perdida em busca de solução. Cada esquina da minha memória era marcada pela presença daquele delegado. Ele era um enigma, uma obra-prima de perfeição manchada por sua própria toxicidade. Seu olhar era um oceano tempestuoso, e eu, um barco à deriva, naufragava sem resistência.Era impossível resistir aquele corpo maduro, alto e com um tapete de pêlos grisalhos no peitoral.Seu toque era um fogo que queimava, mas que também aquecia nas noites frias de solidão. A cada encontro, eu sentia minhas forças sendo drenadas, como uma flor que murcha lentamente sob o sol escaldante. Suas palavras, doces como mel, tinham um sabor amargo que corroía a alma. Eu era um prisioneiro voluntário, preso pelas correntes invisíveis de um amor não correspondido. Também ia na lua ao saborear seu gozo, meu corpo todo tremia.Nos momentos de entrega, eu me sentia vivo, mas logo depois, a realidade se infiltrava como um veneno lento, espalhando-se por minhas veias. Seus beijos eram como o vinho mais fino, perigosos na dose errada, me deixando tonto com promessas vazias e esperanças falsas. Cada adeus era uma punhalada silenciosa, um lembrete cruel de que eu era apenas um peão em seu jogo de poder sexual.Eu sonhava com a liberdade, com a possibilidade de voar para longe daquele cárcere emocional. Mas suas palavras, disfarçadas de carinho, eram correntes invisíveis que me mantinham cativo e também me faziam sonhar ele. Aquele delegado, com seu charme irresistível e alma sombria, tinha algemado não só minhas mãos, mas também meu coração.Eu sabia que precisava escapar, mas a prisão do amor é feita de ilusões e esperanças quebradas. O caminho para a libertação era nebuloso, e cada passo parecia um salto no escuro. Mas, mesmo assim, eu ansiava por aquele dia em que finalmente conseguiria romper as correntes e redescobrir a luz além das sombras. Nunca vou esquecer a fúria, a paixão que ele me agarrou, me cercou contra a parede e me beijou no primeiro encontro. Nunca vou esquecer também o vazio, a dor de descobrir que ele não tinha por mim nenhum sentimento.